A Dama Do Mar
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A Dama Do Mar
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escuridão fria e calma tomava a fria e longa noite, estrelas brilhavam no céu como tochas iluminando a noite, mas de forma repentina a natureza começava a fazer suas mudanças, tempestuosa e violenta uma grande tempestade tomou os céus e a noite, raios a iluminavam como faróis iluminam o mar, e seus estrondos quebravam o silencio como tambores de guerra toda a ilha de Dark abyss parecia tremer com os estrondos, em Steel wall a maior cidade da ilha, grande cidade fortaleza se erguia com muralhas que quase tocavam as nuvens, seus portões eram grandes e vastos, assim mantendo todas as criaturas, monstros e a praga para fora da cidade, em seus muros haviam várias estacas e a frente um grande foço que percorria toda a muralha que se estendiam por além dos horizontes, quase toda a costa era cercada pela grande muralha deixando as criaturas para o lado de dentro da ilha, e grande parte do litoral para as pessoas, o único ponto do litoral que não era povoado era o que fazia fronteira com o continente das trevas, lá os monstros e criaturas das trevas eram muito piores do que se podia imaginar, mas mesmo permanecendo nas costas da ilha ainda haviam algumas cidades fortalezas do lado de fora da muralha, como forma de evitar as travessias perigosas pelas estradas, todas as cidades e vilas tinham vários canais que os cercavam a as cidades ou abriam caminho para as outras cidades, e acabavam desaguando no mar, os canais eram gigantescos, e os navios que passavam por eles maiores ainda, atracado no porto de Steel wall, um dos maiores navios de carga estava se preparando para partir, A Dama do mar como era chamado, um navio lendário que passava de geração a geração aos mais fortes da linhagem, ela não era qualquer navio, mas sim um navio dos Venator, os mais renomados e fortes guerreiros de Steel wall Por mais que a cidade fosse cheia de mercenários e soldados nenhum deles se igualavam a quela ordem de guerreiros, pois somente eles ousavam se aventurar por fora das muralhas, poucos guerreiros ousavam se andar pelos ermos, pois lá a própria morte reinava, enquanto a forte chuva caia os relâmpagos dançavam nos céus iluminando a noite, e com sua luz várias marcas de batalhas eram reveladas no casco do navio, arranhões, vestígios de fogo e flechas, vários tripulantes estavam pendurados amarados em cordas, consertando o navio, e pintando ele a sua cor original, um cinza claro com detalhes em azul, mas a chuva começou a lavar toda a tinta, e os ventos estavam tão fortes que aqueles que não haviam se prendido direito foram arremessados ao mar, todos se abrigaram no convés do navio na are de reunião, todos os Venator estavam ali aproveitando o seu tempo livre para descansar e festejar, fecharam todo o salão de reuniões, repleto de comida, cerveja a vontade, menos para os marinheiros, que continuavam a fazer as tarefas do navio, carregando e preenchendo os estoque e o carregando com tudo que eles deveriam levar para as outras cidades, e nos lugares mais baixos, no fundo do convés de carga do navio, lá a classe mais baixa da ordem os Nons responsáveis pelo trabalho braçal e sujo do navio, cujo sua grande maioria almejava ser um membro importante, menos Mirael, nunca havia se importado em grandes cargos e com grande honra, apenas com dinheiro entrando em seu bolso, possuía uma pele parda, e cabelos lisos e negros como dália negra, seus olhos eram castanhos quase da cor do mel, intensos, mas ao mesmo tempo frios como gelo, ela limpava e organizava tudo o que lhe era pedido com afinco, sempre procurando o máximo de perfeição, geralmente isso lhe garantia um bônus no fim do dia, mas diferente de todos os outros dia, tudo parecia estar pior, nunca havia visto em seus 20 anos de vida tanta agitação assim em um navio, todos pareciam desesperados para poder acabar logo “ O porque a demanda esta tão alto e rápida nesses últimos dias “ Pensara ela enquanto carregava caixas e caixas, cada uma mais pesada que a outra, haviam caixas tão grande que eram transportadas por 10 homens juntos, e mesmo assim eles tinham muita dificuldade para se locomover, e todas elas eram extremamente frágeis, se o capitão visse alguém derrubar qualquer caixa daquela, a punição não seria leve, cada caixa daquela valia mais que até mesmo que o próprio navio, mesmo que eles não soubessem o que havia dentro de cada caixa, depois de um longo dia de trabalho Mirael estava pronta para voltar a sua casa nos subúrbios, a parte mais baixa da cidade, mas deveria falar com o intendente primeiro e pegar seu pagamento do dia, ela subiu até o salão de festa a sua procura mas não viu nem sinal dele lá ele só poderia estar em um único lugar agora, na sala do capitão, uma pessoa não muito agradável, um homem alto e forte, ele era tão frio que ao olhar em seus olhos todos tremiam, ela tinha muito medo daquele velho, ou todos que navegavam sob seu comando tinham, Mirael, subiu as escadas até a sala do capitão que ficava no convez do navio, a tempestade continuava, os ventos estavam tão fortes que pareciam que iriam a arrancar do chão, ela se segurou no guarda corpo do navio, e se dirigiu até a sala, havia duas grandes portas na frente, com uma pequena janela redonda, Mirael não era muito alta, ela ficou na ponta dos pés para poder olhar dentro da sala, Victar o intendente um anão, sua pele era escura e seus cabelos eram grandes encaracolados, ele estava sentado em uma cadeira que era muito grande para seu tamanho, e a sua frente com varias pilhas de papeis e livros de contas estavam o capitão Ludric Strong o Senhor da tormenta, todos em Steel wall e em todos os portos do mundo o conhecem seu nome, se á um homem que conhece dos mares do mundo é ele, dizem as historias que até mesmo onde todos os marinheiros falharam ele conseguiu, onde as ondas dor mar pareciam muralhas, os ventos e os tornados retiravam os navios do mar e os lançavam aos céus, isso se os furacões não os partissem, e as criaturas, que eram tão misteriosas e diferentes que poucos as viam, e menos ainda os que sobreviviam para contar história, mas capitão Ludric foi um dos poucos, se não o único que passou pelo estreito Iter storm, e alguns dizem que ainda desembarcou em Lasadh Mòr, mas ninguém sabe o que ele viu lá, pois nunca havia contado nada, ele estava prostado ouvindo o anão falando, enquanto o encarava com um olhar frio e distante, quando finalmente tomou coragem para bater na porta sentiu uma mão repousar sob seu ombro, era um dos seus imediatos de frota, e atras dele outros dois imediatos de frota que comandavam outros navios do senhor da tormenta, filhos dele, eles eram altos e fortes
— O
que deseja garota? — Questionou o primeiro imediato de frota
— Vim
conversar com o intendente, e pegar meu pagamento — respondeu ela com a voz
tremula, enquanto arrumava o seu chapéu para cobrir seu rosto, ele segurou sua
mão e afastou o chapéu dela, revelando seu rosto
— Não
esconda seu rosto de mim enquanto falo com voce — o rosto dela ficou um pouco
corado, mas ela obedeceu, o segundo imediato se aproximou
— O intendente
está em reunião com o capitão, volte amanhã Non
—
Não, o combinado foi eu fazer o serviço e receber antes de vocês embarcarem
para fora da cidade — uma veia saltou na testa do segundo imediato, ele se
colocou frente a frente com ela
—
Você está desafiando minha ordem Non? Vou dar uma segunda chance para que você
entenda seu lugar
—
Me desculpe, meu senhor, mas eu não vou embora, até que eu receba o que me foi
prometido — Seu rosto moreno
estava vermelho como brasa, ele ergueu sua mão contra ela
— Controle-se
Morgan, isso não é a atitude de um imediato da tormenta, e você garota se
coloque no seu lugar — Se colocando na frente dela e segurando a mão de Morgan
ele falava, com um tom mais suave uma voz cortou todos
—
Garota qual é seu nome? — Questionou o terceiro imediato
—
Mirael meu senhor — Respondeu em voz baixa
— Nós estávamos na adega perto do porão para trazer um vinho para o capitão e o intendente mas por conta do vento ele acabou caindo no mar, vá até lá embaixo e traga outro, quando voltar falaremos sobre sua questão com o intendente Victar — Ela acenou com a cabeça e se dirigiu até a escadaria para a adega, e reparou o olhar dos três imediatos para ela “ Não acho que isso ira terminar bem “ Pensou ela enquanto descia as escadas, o navio era muito grande, e a cada andar que ela passava ele ficava mais e mais escuro, pegou uma pequena vela que estava por entre sua capa, a pequena vela era tão fraca que mal podia iluminar dez palmos a sua frente, mas ela não se importava, por mais que o escuro desse um nó em sua barrica e fizesse suas mãos formigarem, depois de muitas escadas ela finalmente havia chegado ao andar de carga, o lugar estava silencioso e frio, seu corpo tremia com o frio e por medo, por mais que estivesse trabalhando em um navio, ela sempre teve medo deles, do mar, e o que ele esconde, andando um pouco ela finalmente encontrou a adega, destrancando-a ela entrou e observou que havia uma gama gigantesca de vinhos, ninguém havia falado para ela qual era o vinho correto, então ela pegou o primeiro que viu, e saiu de forma rápida, o que a fez derrubar as chaves no chão Mirael se abaixou e pegou a chave, mas eram tantas que ficava difícil de descobrir qual era qual, enquanto ela procurava uma luz brilhou em seus olhos verdes, era um brilho fraco mas diferente, um branco, puro e imaculado, essa luz saia das portas do porão de carga, onde eles haviam armazenado os grandes caixotes, era estranho, pois como a carga era muito valiosa o capitão havia ordenado que tudo fosse trancado, então não era para ninguém estar ali, ela se aproximou da porta, e a luz branca parecia aumentar cada vez mais, as correntes que trancavam a porta estavam arrebentadas, alguém realmente havia entrado ali ela procurou um dos sinos de emergência no navio, precisava alertar todos, ela correu pelos corredores, procurando pelos sinos ou por alguém, chegando próximo a escadaria ela viu duas sombras “ Devem ser os imediatos “ pensou ela pela demora eles deveriam estar atras do vinho, mas não eram eles, um deles tinha grandes cabelos dourados, e olhos azuis, o outro era baixo, quase do mesmo tamanho dela, mas seu rosto era todo deformado e seus lábios eram como o de uma cobra, partidos e bifurcados, seus olhos eram fora de proporção, com um sendo maior que o outro, sua coluna era torta como um anzol , sua pele era morena e seus cabelos eram tão grandes e ondulados que batiam em seus ombros, Mirael o conhecia, seu nome era Gardon, mas todos os chamavam de o serpente deformada, seus olhos eram cobertos por uma malicia que ela não sabia explicar, mas ao vela ele mesmo ficou espantado.
— Mira minha amiga é voce? — Questionou ele, estava muito escuro e eles não a conseguiam ver muito bem
— Sou eu Gardon — Respondeu com sua voz tremula
— O que faz aqui minha cara amiga, pensei que já estaria
indo para casa, o intendente não quis pagá-la, o que faz aqui embaixo ainda? —
Ela sentiu um nó na garganta
— Ele estava ocupado em uma reunião com o capitão, então me
mandaram para pegar vinho — Ela sabia que não podia duvidar de Gardon naquele
momento, mas não sentia que ele era uma ameaça, isso até sentir um cheiro
estranho e um pouco forte sentiu seus pés molhados, ao olhar para o chão viu um
grande rasto de sangue, sentiu um frio que percorreu por toda a sua espinha, a
serpente sorria com um olhar malicioso, Mirael viu duas adagas em sua cintura,
e o homem ao seu lado portava uma espada curva, um movimento em falso seria
perigoso
— Acho melhor eu levar o vinho para o capitão, eles devem
estar me esperando, não quero que eles tenham que venham até aqui me procurar —
Gardon e seu comparsa se encararam por alguns segundos, parecia que ela havia
dominado a situação
— Vou lhe dar duas opções Mirael — ele largou o saco que
estava em suas costas, que ao tocar no chão vários cristais caíram para fora
— Você nos ajuda a levar todos os cristais que
conseguirmos, para que possamos vendê-los por uma fortuna, ou voce se junta aos
que não quiseram nos ajudar — Falou ele enquanto apontava para uma sala,
olhando para a porta ela percebeu que os rastos de sangue iam para dentro da
sala, ela sentiu um nó no estomago
— Você vai fazer tudo isso por míseros cristais? Voce é um
louco doente, qualquer um pode comprar um cristal — Gritou Mirael com a voz
coberta de raiva, enquanto retirava de seu bolso um cristal roxo, Gardon sacou
uma de suas adagas, que ainda estava manchada de sangue
— Esses cristais não
são o que você pensa, eles são especiais não são míseros cristais, mas não acho
que voce vai precisar saber quais são os seus valores reais não é mesmo — Os dois sacaram suas armas, ela pulou em
direção a corda do sino Gardon mesmo com seu corpo deformado era bem rápido, de
forma rápida ele lançou uma de suas adagas em Mirael, a qual somente pegou de
raspão em seu rosto, o sangue escorreu por sua bochecha, ao ver seu sangue
escorrendo por sua bochecha suas pernas tremeram, mas mesmo assim ela conseguiu
se mexer, abrindo uma das escotilhas de fuga do navio, o vento da tempestade e
a agua do mar estavam tão violentos que arremessaram ambos para longe, de forma
ágil ela se levantou, ela correu até a direção do sino, Gardon mesmo corcunda
ainda era muio ágil, e de forma violenta agarrou uma de suas pernas, a jogando
ao chão, enquanto seu companheiro tentava fechar a porta, ele se colocou por
cima dela, com uma de suas adagas em sua garganta, seus olhos refletiam um
brilho doentio enquanto a encarava, usando sua adaga ele rasgava um pouco de
sua roupa, um sorriso cobriu seu rosto
— Realmente é uma pena ter que me livrar de algo tão bonito
como você — um grito ecou pelos corredores do navio, seu erro foi de não ter
puxado aquela adaga em sua garganta de uma vez, ela tambem tinha a própria
adaga, a qual ela cravou em sua bochecha atravessando os dois lados dela, e
usando toda sua força ela puxou-a de uma vez, abrindo suas bochechas, a quela
serpente caiu no chão agonizando em gritos e se debatendo no chão, seu amigo
tentoulhe ajudar, mas Gardon recusava a ajuda, o empurrando para longe, seus
olhos agora estavam banhados em ódio, mas antes mesmo que os dois pudessem
fazer algo seus gritos foram abafados pelo sinos do navio que começaram a ecoar
por todo o navio, ao se vivarem viram que ela havia sumido, correndo pelos
corredores ela escutava um grito tão enfurecido que parecia tremer as bases do
navio “ Acho que ele não gostou da recusa “ seu sangue caia pelo chão, mesmo
tampando seu ferimento com um pano, o sangue rapidamente encharcou o pano e
começou a cair, e os passos dos dois correndo ecoavam pelo corredor, cada vez
mais eles se aproximavam, voltando para a adega ela voltou a ver o brilho do
cristal, a luz branca passando por de baixo da porta, oscilava a aumentava cada
vez que ela se aproximava, ela pegou a corrente que estava estirada no chão se
trancando do lado de dentro da parte de carga, ao olhar a sua frente ela
finalmente havia reparado o quão grande era aquele local, como estava sempre
concentrada em suas tarefas nunca havia prestado atenção, o local estava cheio
de caixotes, os quais haviam passado messes carregando, ela estava admirada,
mas ao mesmo tempo decepcionada, que todo o trabalho, todo o segredo da tal
carga preciosa eram apenas por meros cristais elementares “ Mas o que ele quis
dizer com especiais? “ ela se questionava enquanto tentava parar o sangramento
de seu rosto, enquanto tentava se curar de sua ferida, a sala estava em
silencio que foi rapidamente tomada pelo barulho das portas sendo balançadas,
novamente em desespero ela viu que ali não havia saídas, não havia portas nem
janelas, a única luz ali eram das tochas, as batidas aumentavam cada vez mais,
a madeira da porta rangia, até que ela finalmente cedeu, Gardon estava fulminante,
seus olhos percorriam tudo a sua frente como uma sentinela, mas algo estava
errado, a sala que estava iluminada por tochas estava totalmente escura
— Aquela vaca apagou todas as tochas, agora estamos no
escuro — falou Gardon enquanto fechava a porta
— Mas o que vamos fazer agora, não podemos simplesmente
deixar ela aqui, mas não podemos achar ela nessa escuridão e se ficarmos muito
tempo aqui logo eles vão nos encontrar, eu não quero virar comida de caranguejo
— Eu sei de tudo isso porra, não vamos deixar ela viva,
vamos achar ela, depois disso pegamos a escotilha de emergência que fica no
centro porão, e nadamos até o porto para pegar um barco e sair daqui — Mirael
estava escondida logo a cima deles, em uma das grandes pilhas de caixotes que
cobriam o porão “ Agora sei para onde ir “ Gardon pegou uma das pilhas de
caixotes que estavam próximo a porta e usando toda sua força derrubou-a
lacrando a porta, tanto seu comparsa quanto ela ficaram assustados.
— Agora ninguém entra nem sai daqui, até eu ter o que eu
quero, apague a maldita tocha, se não podemos ver ela, o mesmo vai se aplicar a
ela — Os dois se dividiram, andando com suas armas em mãos, mesmo estando no
alto ela mal conseguia os ver “Agora tudo ficou mais difícil“ ela conseguia ver
o centro do porão, lá havia varias caixas mas algo chamava a atenção, parecia
uma grande estrutura coberta por algo, parecia ser uma vela de navio, ou uma
grande cortina, mas sabia que lá era para onde ela deveria ir, ela tomou um
grande impulso e saltou para a outra pilha de caixotes, o que quase a fez cair
por ter saltado na ponta da caixa, isso fez um grande barulho, e Gardon estava
vigilante
— Eu ouço voce garota, como um cordeiro que se esconde de
um lobo — Gritava com sua voz banhada em ódio
— Eu vou te achar cordeirinha disso pode ter certeza, e
quando eu te achar vou terminar o que eu não consegui da primeira vez —
novamente ela sentiu um frio na espinha, agora ela já não mais o podia ver, e
se movimentar por cima das grandes prateleira era difícil pois a escuridão
estava atrapalhando ela, era ariscado continuar a pular sem ver onde deveria
pousar, a única forma de fazer aquilo seria com luz, mesmo sabendo
que era ariscado, respirando fundo e se agarrando ao pouco de coragem que a
restava ela descer até os corredores, lá em baixo ela se lembrou da
vela que esta em seu bolso, ela a ascendeu mesmo sabendo de seu risco, a vela
era fraca e mal iluminava dez palmos a frente, mas era o suficiente para que
aquela cobra percebesse, e de uma forma ardilosa ele rastejava por entre as
paredes sem ser percebida, o brilho da luz a atraia, e de uma forma ligeira,
ele saltou das sombras, mas não havia niguem ali, somente uma vela no chão, seu
comparça saiu do outro lado tambem atraído pelas sombras, os dois se encararam
e olhavam para todos os lados, procurando por Mirael, os dois rapidamente
perceberam que aquilo era somente uma distração, mas antes que pudessem fazer
algo a respeito, uma grande um vento forte apagou a vela, seguido por um
estrondo que estremeceu o chão, uma das partes que segurava o caixote caiu por
cima deles, tudo arquitetado por ela, ao chegar mais perto podia sentir e ver p
cheiro de sangue deles, escorrendo por entre as caixas, agora o caminho estava
livre para ir embora, ela andou por um tempo pelo escuro até encontrar o centro
do deposito, a sua frente estava um alçapão a saída daquele lugar, atras da
passagem a grande cortina se estendia quase atingindo o teto do deposito , Mirael
queria ir embora, mas estava curiosa “ Eles não são o que você pensa, eles são
especiais não são míseros cristais “ Essa frase ainda estocava em sua cabeça,
ela havia levado sua mão para a maçaneta do alçapão mas algo a fez excitar, se
levantando ela andava devagar até a grande cortina, ao tocá-la ela sentiu seu
peso, não conseguiria puxar tudo de uma vez, arrastando a um pouco para o lado,
um grande cristal se revelou, um misto de decepção e surpresa tomou seu rosto,
esperava algo como um grande cristal, mas algo colorido, encantado e emanando um
grande poder, não um simples cristal opaco, ela o olhava, mas algo peculiar,
seu reflexo não era refletido no cristal, e ele passava uma grande energia, nada
igual ao que os outros cristais faziam, ela sentia uma sensação boa com ele “ Realmente
a algo diferente nele “ ela pousou sua mão no cristal, sentiu calor, como uma
chama acolhedora, algo que ela mesma só havia sentido uma única vez, havia até
se esquecido de tudo o que estava acontecendo, aquele cristal gigantesco
parecia ter a hipnotizado, uma sensação ao qual Mirael se agarrara na quele
momento, enquanto olhava o cristal, uma dor repentina e excruciante tomou seu abdômen,
ao olhar para frente viu uma grande mancha vermelha o escoria por ele banhando
o grande cristal opaco com seu sangue, ao olhar para seu corpo uma grande
lamina atravessava seu corpo
—
Eu te avisei que isso não terminaria bem para você — Sussurrou Gardon em seu ouvido, Mirael
tentou se debater para afastá-lo usando toda sua força, mas ele já havia a agarrado,
e rapidamente a lançou com toda força no chão, sentiu como se seu corpo gritasse
em uma dor profunda, tentou se rastejar, mas com violência ele a virou, e
voltou a esfaqueá-la com sua adaga, ela se contorcia tentando lutar, mas a cada
facada sua força se exsuaria, Gardon manteve a mão firme, seus movimentos
precisos e calculados, nem parecia estar com o corpo todo ferido, agia como um maestro em pleno concerto. A adaga
subia e descia com uma peculiaridade estranha, cortando a carne, mas com uma
delicadeza macabra, cada golpe era cruel e sem o menor pingo de piedade, Mirael
tremia sob a dor que invadia seu corpo, sentindo o calor do sangue escorrer por
sua pele, manchando suas simples roupas seus dedos tentavam segurar o corte,
enviando uma ferida em uma tentativa de conter a vida que se esvaía. Ela tentou
falar, mas seus lábios apenas tremularam,
—
Shiii!! Shiii! não chora, suas lagrimas são só combustível, eu poderia terminar
isso agora, não é mesmo? Mas onde estaria a graça nisso?
Seus olhos se encheram de desespero, sem
forças para formar palavras, ela tentava desesperadamente agarrar suas mãos e tomá-lo
a adaga, mas nem força para isso havia em seu corpo, aquela serpente deformada,
ainda calmo, observava-a com olhos vazios, sem pressa, sem emoção, a única coisa
que parecia transparecer em seu rosto, eram um prazer doentio. A adaga
perfurava sua carne repetidamente, mas cada estocada parecia mais leve que a
anterior, como se o peso do ato estivesse desaparecendo lentamente, deixando
apenas do desespero. A lâmina se move como um pincel, desenhando padrões
invisíveis de morte, enquanto a vida de Mirael começou a desvanecer em uma
dança silenciosa.
— Realmente a morte nunca foi tão bela — Disse ele com o sangue banhado em todo seu corpo, ele lançou um olhar de indiferença a ela, como se não fosse nada além de um pedaço de carne, toda a sala se banhou em um silencio fúnebre, enquanto toda a energia de seu corpo se desvanecia como fumaça, seus olhos estavam fitando o escuro, e pouco a pouco tudo perdeu a luz.

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